crônicas do buzão
Um rapaz faz sinal para o ônibus parar. Antes de entrar, pergunta ao motorista se aquele coletivo passa pela Rua Joaquim de Oliveira Freitas. O motorista diz não conhecer, mas o moço, que aparenta seus 25 anos, sobe. Disseram-lhe que aquele ônibus é certo para chegar ao destino desconhecido.
Ele entra, pergunta ao cobrador sobre a rua. O mesmo também não conhece e tira um guia de ruas de São Paulo da mochila para procurar a tal Joaquim de Oliveira Freitas.
- Qual é o nome da rua mesmo?
- Joaquim de Oliveira Freitas
- Mas num tô alembrado dessa rua, não!
Uma moça sentada a frente do cobrador pergunta se o rapaz tem alguma referência.
- Me disseram que o ônibus vai passar pelo pontilhão da Jaguara, aí vai passar um posto e eu tenho que descer em frente a uma padaria.
- Ah! É na Rua Pirituba que ele vai descer, diz a mulher.
- Eita, mas é Rua Joaquim de Oliveira Freitas que eu vou.
- Mas todo mundo só conhece ela como Rua Pirituba.
O cobrador, indignado:
- Eu não entendo essas coisas. A rua chama uma coisa e o povo chama de outra.
- Mas será que é essa rua mesmo?
- É sim, menino. Pode ficar tranquilo.
- É que não sou daqui, sou de Prudente e vim para São Paulo trabalhar e estou procurando lugar pra morar.
- Onde você trabalha? pergunta a garota sentada ao lado do rapaz.
- Em Santo Amaro. É longe desse lugar que eu vou?
- Nossa, se é!
Desvendado o lugar onde iria, o cobrador conta que é do Ceará e há dois anos mora em São Paulo.
- Quando cheguei aqui não conhecia nadinha. Mas eu não tinha medo não. Eu moro ali perto do Pico do Jaraguá. Quando comecei a trabalhar, não sabia que ônibus tomava e um dia andei mais de 3 mil metros pra chegar em casa. Resolvi seguir o Pico, que sabia que era perto de casa. Nossa, mas me perdi! Eu virava as ruas e quando via, o pico tinha mudado de lugar!
Mas São Paulo é assim. Você não pode ter medo de enfrentar, tem que ter curiosidade mesmo, perguntar e andar que você aprende.
A moça avisa ao rapaz que deve descer no próximo ponto. O menino desce, rindo, e agradece a ajuda.
- Tadinho, vai aguentar São Paulo não!
3 Comments:
Da horinha sua crônica Nanda! Lembrei-me de uma ocasião em que me perdi em Sampa!
Foi uma única vez. Fiquei envergonhado de me perder e ficar com muito medo de nunca mais encontrar o caminho de volta!
Foi por volta de 1990, assim que cheguei a Sampa. Depois de me reencontar, fiquei super aliviado e feliz. Foi no bairro da liberdade, próximo à rua Galvão Bueno.
Que coisa é essa megalópoles!
Veja bem... eheh... andar na cidade não é nada fácil pra quem chega de longe. Eu vim da Bahia e sei bem o que é esta coisa meio esquizofrênica de ter um bairro com três ou quatro nomes. Por exemplo, eu não sei exatamente onde moro. Sei que é Santo Amaro, mas já me disseram que é Granja Julieta, Chácara Santo Antônio, Alto da Bela Vista e por ai vai... ehehe
mas isso não me assusta! acho graça e vou levando a vida do jeito que dá!
prazer te "conhecer"... depois vou dar uma olhada no blog todo para descobrir outras coisinhas... ehehe
AE FONTES!!! Sumida!!! Some não ow!! gosto muito docê!!!
Aquele bejo!!
VAI CURNTHIA!!!
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